I
À Oliveira – Mãe
semente – magma
forjada dentro da terra
recozida, ao sol, à geada.
Tronco - mapa do vale
cada nó um remoinho de rostos
suor dos homens
em terras de quartzo azeitona.
Líquenes gema - d’ovo
dão à oliveira – mãe – amada
um perfume de sedas
uma escultura de renovo.
Derrama troncos
de contornos seguros, imortais.
A Oliveira seduz o tempo.
Nela habitam
deuses e deusas minerais.
À Fraga
magma – semente
forjada dentro da terra
moldada pela vida e pelo vento.
No seio da Fraga, o vale,
memória de planícies abissais,
prepara leitos fofos para a água doce
como para os oceanos primordiais.
Líquenes fractais criam nas fragas
olhares mostarda, pinceladas rituais.
Às lágrimas em corredoiro
aconchega-as num só rio
meandros mosteiro das gentes
cravados sulcos do estio.
E da azeitona - quartzo
dos seus corpos rocha – azeite
inventaram os homens
de luz e água
deleite.
Em cada dia uma célula mais
um mineral mais.
Um mineral que é uma célula mais
em cada dia.
Como nos aljezures:
a oliveira não vive sem os muros de pedra.
Cairia.
II
Fraga e Oliveira concedem
ainda hoje, e sempre,
passagem ao ribeiro,
e a quem queira.
À amêndoa, ao zambulho e à rondadeira.
À ovelha churra da terra quente.
Ao pica-pau e ao chapim,
ao corço e ao javali.
À cobra – cabeluda.
E à papalva farfalhuda.
De musgos se afofam,
pedra e tronco,
preparam-se e convidam a ficar.
Nos altos penedos, a águia real
os grifos, gralhas, o pombo – torcaz
no topo das copas, rolas, tordos;
na base, os lagartos, a doninha,
a marta – fuinha,
o rato, o gato – bravo, o texugo
a raposa, o lobo…
e as carochinhas.
À Oliveira – Mãe
semente – magma
forjada dentro da terra
recozida, ao sol, à geada.
Tronco - mapa do vale
cada nó um remoinho de rostos
suor dos homens
em terras de quartzo azeitona.
Líquenes gema - d’ovo
dão à oliveira – mãe – amada
um perfume de sedas
uma escultura de renovo.
Derrama troncos
de contornos seguros, imortais.
A Oliveira seduz o tempo.
Nela habitam
deuses e deusas minerais.
À Fraga
magma – semente
forjada dentro da terra
moldada pela vida e pelo vento.
No seio da Fraga, o vale,
memória de planícies abissais,
prepara leitos fofos para a água doce
como para os oceanos primordiais.
Líquenes fractais criam nas fragas
olhares mostarda, pinceladas rituais.
Às lágrimas em corredoiro
aconchega-as num só rio
meandros mosteiro das gentes
cravados sulcos do estio.
E da azeitona - quartzo
dos seus corpos rocha – azeite
inventaram os homens
de luz e água
deleite.
Em cada dia uma célula mais
um mineral mais.
Um mineral que é uma célula mais
em cada dia.
Como nos aljezures:
a oliveira não vive sem os muros de pedra.
Cairia.
II
Fraga e Oliveira concedem
ainda hoje, e sempre,
passagem ao ribeiro,
e a quem queira.
À amêndoa, ao zambulho e à rondadeira.
À ovelha churra da terra quente.
Ao pica-pau e ao chapim,
ao corço e ao javali.
À cobra – cabeluda.
E à papalva farfalhuda.
De musgos se afofam,
pedra e tronco,
preparam-se e convidam a ficar.
Nos altos penedos, a águia real
os grifos, gralhas, o pombo – torcaz
no topo das copas, rolas, tordos;
na base, os lagartos, a doninha,
a marta – fuinha,
o rato, o gato – bravo, o texugo
a raposa, o lobo…
e as carochinhas.
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