segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Em Busca de Par no Caldo Primitivo


No início dos tempos, o nosso planeta gorbulhava numa calda de enxofre. Dizem os cientistas que eram os gases que se libertavam da água para a atmosfera.
Como é sabido, em ciência, as teorias estão no pedestal enquanto não são destronadas por outras novas. Aqui se propõe uma versão distinta para a origem da imensa efervescência do caldo primitivo.

Celuleucas, prometistos, amelgas e colimécios circulam em busca de par no caldo primitivo.
É uma loucura de trocar os olhos assistir aos raids de organismos tão rotativos. A velocidade é uma constante naqueles mares químicos.
Porquê?
Querem reproduzir-se para dominar quatro quintos da Terra desfeita em água.
Por isso provocam entre si todo o tipo de encontros fortuitos. E é tanto o rebuliço que as águas libertam fumos, claro está, da temperatura da espaventosa circulação!

Há desencontros também. Tal é o caso da celuleuca Dona Centopina que foge daqueles que a elegeram como par. Ou do espanto envergonhado dos colimécios, pretendentes rejeitados pela Dona Virgolina, quando ela os convida para dançar…

A febre nos oceanos primitivos, devido ao frenesi dos organismos que pululam, é tal que… a água se evapora… e temos gorbulhas, golhas e gorbulinas a saltar de um caldo fervente.

2 comentários:

Anónimo disse...

finalmente te encontrei(na verdade finalmente eu procurei!).Como sempre com a cabeça a borbulhar,capaz de trabalhar uma ideia e procurar,no mesmo instante outras!Estive também a saber do grupo Ideias do Levante e folgo em ver que já alcançou altos voos!Graças a ti e a outros tantos elementos do grupo(como a Ana Cristina Oliveira,...).A todos um grande abraço.Sara Campos,a "secretária" do ano de 1995, que integrou a peça "Memorial do Moleiro"

fénix renascida disse...

Ainda hoje este caldo fervilha. todos os seres vivos procuram o seu par, na tentativa de perpetuar a sua espécie. Assim continuará a ser... até que o caldo se entorne!
Um abraço para os elementos do Ideias do Levante e os que não são que ainda se lembrem de mim. Sara Campos