Pessoas como barras metálicas
transportam vidas transparentes.
Pisam chão de paralelepípedos,
calcário preso no cimento.
No tecto
caixotões de betão frio.
Duas aberturas quadradas
por onde entra a luz:
uma azul, outra encarnada.
Nelas projectadas
sombras de grades.
Sete caixas de aço
controlam saídas e entradas.
Para entrar espera um casal
(ele e ela de costas,
cada um com telemóvel).
Duas senhoras
trocam de sacos.
Todos trocam de vidas.
Flores, barcos, peixes e fateixas
saem do fundo no vidro pintados.
Pessoas como caixotões de cimento frio
transportam vidros pintados de vida.
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