sexta-feira, 15 de agosto de 2008

A Fuga de Dois Pensamentos de Barnabé



Barnabé colecciona pensamentos.
Não lhes conhece a forma, nem a cor.
Sabe que são muitos e que vivem abarrotados nos armários da sua cabeça.

Tanto colecciona que não fala. Se falasse não era coleccionador de pensamentos mas era sim um livro, que é uma colectânea de palavras – ora esta é uma das reflexões mais conhecidas dos escaparates de Barnabé.

Barnabé tem três botões no seu colarinho alto. E um dos considerandos que tem mais vezes repetidos na sua colecção é “Tenho de falar com os meus botões”.

Um dia resolveu conversar com o botão vermelho. À sua primeira palavra, fugiu-lhe um pensamento grande como um narguilé! Era o pensamento vermelho e doce da última vez que comeu melancia!

Que tentação! Conhecer os seus pensamentos! Já sabia o segredo! Diminuía a sua colecção, mas… só mais um!
Mal abriu a boca para falar com o botão azul e… fugiu-lhe outro pensamento, roliço como uma gota! Era o pensamento do banho azul gelado no mar de Saricoté!

E o botão verde? Barnabé ainda nem tinha articulado bem a primeira sílaba e já….

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