sexta-feira, 15 de agosto de 2008

A Princesa Felícia





Era uma vez uma princesa chamada Felícia. Numa linda manhã, a princesa acordou, foi ver-se ao espelho e… qual não foi o seu espanto quando percebeu que estava transformada numa rã!

Saiu do palácio para que ninguém a visse e foi esconder-se na floresta.

Estava a pensar porque motivo lhe teria acontecido isto, quando se aproximou dela a Tartaruga Buga – Buga que lhe disse:

- Princesa Felícia!
- Como sabes quem eu sou?
- Sei porque estava a passear no parapeito da tua janela quando a Bruxa Uxa – Uxa entrou no teu quarto e transformou-te numa rã, enquanto dormias. A única maneira que tens de voltar a ser uma princesa é quando o Príncipe te der um beijo.
- Boa! Mas onde está o Príncipe?
- A bruxa também o transformou num animal do bosque, só que ninguém sabe que animal é….
E a Tartaruga Buga-Buga foi-se embora, no seu passo vagaroso.

A princesa ficou por momentos muito pensativa até que teve uma ideia:

- Vou cantar tanto e tão bem que não haverá animal do bosque que não me queira dar um beijo!

E começou a cantar:
- Eu sou a rãzinha, linda rãzinha
que quer dançar uma valsinha (bis)
Não há rãzinha mais arranjadinha,
formosa e bonitinha (bis)

Cantou a tarde inteira até que se aproximou dela a Lagarta-dos-Mil-Pés.

- Rãzinha, que canto tão lindo! Dás-me a honra de uma dança?
- Sim, com tantos pés… tentarei não trocar o passo…

E dançaram uma valsa tão linda que no fim a lagarta lhe quis dar um beijo.
A rãzinha preparou-se: fechou os olhos, encheu de ar as bochechas, e…..

- Chuack!!
Que grande beijinho lhe deu a Lagarta-dos-Mil-Pés!

Foi então que a rã, ainda de olhos fechados, estremeceu:

- Será que já sou outra vez uma princesa? Será que já sou outra vez uma princesa? Será que já sou outra vez uma princesa?
E enquanto dizia isto passava as mãos pelo seu corpo para verificar a transformação.

Abriu lentamente os olhos e… ainda era uma rã.
Afinal, a Lagarta-dos-Mil-Pés não era o seu príncipe encantado.
Ficou tão triste que a Lagarta achou que a rã não gostava dela e foi-se embora dali em mil passos miudinhos.

E a rã começou de novo a cantar:
- Eu sou a rãzinha, linda rãzinha
que quer dançar uma valsinha (bis)
Não há rãzinha mais arranjadinha,
formosa e bonitinha (bis)

Até que se aproximou o Dragão das Tulipas, a lançar fogo à direita e à esquerda:

- Rãzinha, que canto tão lindo! Trouxe para te oferecer a mais bela tulipa do meu jardim. Toma, é para ti!
- Ai que medo! Tu és um verdadeiro dragão que deita fogo pela boca!
E o dragão riu-se em tulipas de fogo.

A rã aproximou-se dele com cautela, aceitou a flor, cheirou-a, e adorou aquele perfume maravilhoso! Vendo-a com uma cara tão feliz, o Dragão das Tulipas, apaixonado, quis-lhe dar um beijo.
A rãzinha preparou-se: fechou os olhos, encheu de ar as bochechas, encheu, encheu….. e….

- Chuuack!!
Que enorme beijinho lhe deu o Dragão das Tulipas.

Foi então que a rã, ainda de olhos fechados, estremeceu:

- Será que já sou outra vez uma princesa? Será que já sou outra vez uma princesa? Será que já sou outra vez uma princesa?
E enquanto dizia isto passava as mãos pelo seu corpo para verificar a transformação.

Abriu lentamente os olhos e… ainda era uma rã.
Afinal, o Dragão das Tulipas não era o seu príncipe encantado.

Ficou tão triste que o Dragão achou que a rã não gostava dele e foi-se embora voando em mil rajadas de fogo.

E a rã começou de novo a cantar:
- Eu sou a rãzinha, linda rãzinha
que quer dançar uma valsinha (bis)
Não há rãzinha mais arranjadinha,
formosa e bonitinha (bis)

Até que se aproximou Croco, o Crocodilo, que varria tudo ao passar com a sua cauda gigante.
- Rãzinha, que canto tão lindo! Estava no meu lago a fazer ginástica quando ouvi o teu canto.
- Ai que medo! Ai que medo! És tão grande!
A rã já se via na cova de um dos seus dentes… mas quem sabe se não era ele o Príncipe? Tinha de arriscar.
- Não tenhas receio, eu só quero ouvir-te cantar… será que te posso dar um beijinho?
E começou a esboçar um beijo com as suas enormes mandíbulas.

A Rãzinha saltou para trás a tremer…, mas nem tanto, é que, na verdade, até achava que Croco era cinco estrelas, atleta, de um verde muita louco! Encheu-se de coragem, fechou os olhos, encheu de ar as bochechas, encheu, encheu….. encheu, encheu… encheu mais e mais … e mais….e…

- Chuuuack!!
Que colossal beijinho lhe deu o Crocodilo.

Foi então que a rã, ainda de olhos fechados, estremeceu:

- Será que já sou outra vez uma princesa? Será que já sou outra vez uma princesa? Será que já sou outra vez uma princesa?
E enquanto dizia isto passava as mãos pelo seu corpo para verificar a transformação.

Abriu lentamente os olhos e… era de novo a Princesa Felícia!!!

- Viva!!! Já sou eu de novo, eu, a Princesa Felícia!!! Que bom!! Que bom!!!
Mas a maior surpresa foi quando viu que Croco já não era um crocodilo, mas o mais belo Príncipe, o homem com que sempre sonhara…

O Príncipe logo ali pediu a Princesa Felícia em casamento. A boda foi a mais espectacular de todos os tempos, com valsas, polkas e mazurcas dançadas pela Tartaruga Buga – Buga, pelo Dragão das Tulipas e pelas rãs e crocodilos amigos do Príncipe e da Princesa.

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