Um dia, Nino Surfonite, o chefe do bando das amonites, resolveu aparecer na Praia da Luz com a sua prancha de surf. Vinha visitar as meninas Nerineias nas suas conchas afunilongas de turbantes de vários andares. Mas, como sempre, pavoneava-se de vaidoso. Gabava-se que tinha acabado de surfar uma onda fabulosa e que só naquela praia é que não havia condições para fazer surf.
As meninas Nerineias deixavam-se mover, em uníssono, numa coreografia orquestrada pelo vai-e-vem das ondas. E apesar de estarem sempre a rir (não se sabe se das anedotas que as correntes marinhas lhes contam se das cócegas que lhes fazem ao passar) não gostam de ser gozadas. Por isso ficaram logo muito sérias e enterraram-se na areia.
A Nerineia – Mor aborreceu-se com tanta bazófia e disse ao chefe das amonites que em breve seria convidado para a onda mais fantástica que ele veria em toda a sua vida. Nino Surfonite saltou da sua concha e respondeu-lhe em tom de desafio
- Quero ver isso…quero ver isso…
Num instante a Nerineia – Mor convocou todas as outras Nerineias e explicou-lhe o seu plano:
- Meninas: vamos fazer um Concurso de Sismos, Terramotos e Abalos Menores. O concorrente que consiga estremecer tanto a praia que provoque uma onda gigante, ganha o concurso.
De boca em boca, não havia animal do Reino Meso que não soubesse da competição. E no dia marcado as equipas eram três: insectos, mamíferos e répteis.
A prova consistia em ir a correr da praia da Luz à praia da Salema. Ganharia quem provocasse o maior estremeção de terra e a maior onda.
Os mamíferos foram os primeiros. Eram poucos, e por mais que pulassem e saltassem nem sequer deu para inclui-los na categoria dos abalos menores.
Os insectos foram a seguir: agitaram as asas, rebolaram-se em terra. Milhões de patinhas fininhas pisaram o chão ao mesmo tempo. Conseguiram um abalo que apenas fracturou as arribas.
Quando foi a vez dos répteis fez-se um silêncio enorme: eram dinossáurios, tantos e tão grandes que a equipa ocupava todo o espaço da praia. Mal iniciaram a marcha tudo começou a tremer. As rochas desmoronaram ante o peso das passadas…. Bump…Bump…Bump… E lá iam eles, cada pé era um bombo a vibrar no areal… Bomp… Bomp…Bomp…
A Nerineia – Mor exultava ao ver o mar agitado, ondas gigantes a formarem-se… cada vez maiores…
Mas aconteceu uma coisa que não tinha sido prevista: começou a jorrar lava através de fendas à superfície. Acumulou-se, acumulou-se… e nasceu um vulcão.
Os dinossáurios continuaram impassíveis no Bump…Bump…Bump…e no Bomp… Bomp…Bomp… até que o seu passo sincopado cortou a meta!
Nesse instante, a somar ao espectáculo da rocha incandescente a brotar na praia, surgiu uma onda gigante ao longe. E a surfar, na crista do tsunami, estava Nino Surfonite e todas as outras amonites do Atlântico Sul…
1 comentário:
olha você tem que i pro inferno por que eu tengo que fase um traabalho e perdi tempo com essa historia de o bicho pula na agua e fas uma onda grande va se ferra
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